Leonardo de França, Midiamax

O ano de 2021 foi ainda de pandemia e começou muito incerto para vários setores. Contudo, para o varejo farmacêutico, mesmo com esse cenário, os números continuaram positivos em Mato Grosso do Sul. Isso porque, em um ano, o setor cresceu quase 45% no Estado, com 100 novas farmácias e drogarias abertas. 

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Foto: Leonardo de França, Midiamax

Conforme dados do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia), atualmente existem 1.117 farmácias em Mato Grosso do Sul, sendo 325 em Campo Grande e 846 distribuídas no interior.

Em 2020, ano em que a pandemia se instaurou no país, 20 novas farmácias abriram na Capital e 49 no interior. No ano seguinte, foram 38 novos varejos na Capital e 62 nas demais cidades de MS — um salto de 44,9% em novas farmácias.

Segundo Clayton Godoy, coordenador de fiscalização do CRF-MS, a abertura de novas farmácias agrega ao atendimento ao público, que fica com maior acesso a um profissional da saúde.

“O conselho tem notado o aumento no número de farmácias, principalmente nos últimos dois anos, e a tendência é que realmente abram mais. Nós vemos isso com bons olhos, pois os moradores terão acesso mais fácil a um farmacêutico, que é profissional da saúde. A abertura de novos estabelecimentos vem para agregar”, disse.

Ele comenta que, com a pandemia e com a saúde pública sobrecarregada, o sul-mato-grossense pode recorrer aos farmacêuticos nas farmácias e drogarias para tirar dúvidas e receber o melhor direcionamento.

Cenário promissor nacional 

Dados apresentados por Edison Tamascia, presidente da Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias), mostram que o setor se destacou mais uma vez. Contudo, não foi tão simples como aparenta, tendo enfrentado uma série de desafios.

Nos últimos 12 meses, o varejo farmacêutico cresceu 12% como um todo e o grande destaque são as lojas das redes associadas à Febrafar, que cresceram 18,5%, muito mais que qualquer outro agrupamento. Isso faz com que esse grupo já represente (market share) 12,9% de todo o faturamento do varejo farmacêutico.

“Somos um país com 85.433 mil farmácias, com suas diferenças. É um número de lojas muito grande podendo vender os mesmos produtos. Assim, por ser um setor de iguais, a forma de se destacar é se diferenciar em relação à experiência dos usuários, lembrando que é um mercado em grande mudança”, explica Tamascia.

Ainda segundo o presidente da Febrafar, esses números foram bem positivos. “Com o crescimento do varejo farmacêutico na casa dos dois dígitos, o setor não tem do que reclamar, quando se tem uma economia estagnada em outros setores. Em relação ao nosso grupo, a Febrafar continuou muito focada no digital, até porque isso faz parte de nosso planejamento e isso não mudaria”, analisa.

Já em relação a 2022, Tamascia afirma que é muito difícil prever o que vai acontecer: em relação ao varejo farmacêutico a expectativa é que continue o caminho de crescimento dos últimos anos.

“Nós vamos sair de 2021 com a economia praticamente em frangalhos, uma inflação relativamente alta, a população com um nível de desemprego alto e a renda baixa, um ano político que terá muitas incertezas a partir de tudo isso, assim, prever o que vai acontecer é muito difícil. O que eu posso garantir é que nós vamos continuar prosperando seja o cenário qual for”.

Ele conta que a Febrafar vai trabalhar e desenvolver ferramentas e processos para que o grupo continue prosperando e ajudando as farmácias a crescerem. “No segmento farmacêutico como um todo acredito que a gente continue em um processo de crescimento natural e normal, sem nenhum grande desafio que não seja de adequação de mix, ou adequação de portfólio, mas tudo normal, sem nenhuma preocupação”.

Vários fatores, segundo Edison Tamascia, contribuem para o crescimento acima da média do setor farmacêutico, como essencialidade dos medicamentos na cesta de compras; patologias epidêmicas como Dengue, Zika, H1N1, Febre Amarela e outras, aqueceram a demanda de algumas categorias; crescimento orgânico, com a melhor e maior amplitude de categorias disponíveis na farmácia, novas lojas e melhoria de mix; e demografia, sendo que medicamentos para doenças crônicas cresceram 15% em 2020. Até 2050, a quantidade de idosos triplicará no Brasil, chegando a 30% da população.

Sobre as oportunidades desse setor, Edison explica que essas passam pela digitalização do consumidor, mas não necessariamente no e-commerce. “A gente poder entender os nossos processos internos, estar mais próximo dos consumidores, mas também dos associados, no desenvolvimento de ferramentas nossas que estão mais voltadas à digitalização, no EaD, nosso sistema de treinamento e educação a distância, em nosso e-delivery, tudo que está relacionado à digitalização se torna uma grande oportunidade para a gente”.

Edison Tamascia finaliza deixando claro que estará pronto para continuar o crescimento nos próximos anos. “Entender e fazer no presente tudo o que for necessário para continuar prosperando no futuro, seja ele qual for”, analisa.

Fonte: midiamax