De oito casos com escutas telefônicas, apenas um teve áudios divulgados ao público

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Reprodução: Rede Globo

Em 16/III/2016, o então juiz Sérgio Moro decidiu divulgar ao público dezenas de conversas telefônicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – inclusive diálogos com a presidenta Dilma Rousseff.

A divulgação das conversas grampeadas pela Polícia Federal acabou por contribuir para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de cancelar a nomeação de Lula ao cargo de Ministro da Casa Civil de Dilma, poucos dias depois.

À época, Moro disse que seguia apenas o “padrão estabelecido pela Lava Jato” – ou seja, a ampla divulgação de todas as informações dos processos, especialmente na mídia, de forma escancarada, para garantir o apoio da opinião pública à força-tarefa de Curitiba.

Entretanto, o histórico da Operação Lava Jato mostra justamente o contrário.

Segundo reportagem de Ricardo Balthazar da Fel-lha e Rafael Neves do Intercept Brasil, publicada neste domingo 24/XI, integrantes da própria força-tarefa de Curitiba – entre procuradores e estagiários – realizaram uma pesquisa entre todas as investigações lideradas por Moro.

O objetivo do levantamento era buscar provas de que o juiz agiu, sim, de acordo com o “padrão Lava Jato”. Entretanto, o resultado foi justamente o contrário.

A pesquisa mostra que de oito investigações da Lava Jato em que também houve escutas telefônicas, somente no caso de Lula os áudios foram anexados aos autos e o processo liberado ao público sem qualquer espécie de sigilo.

Em outros casos supervisionados por Moro durante a Operação, somente os advogados dos investigados puderam ter acesso aos áudios dos grampos.

Conclui-se, a divulgação dos grampos foi primariamente política: impedir a posse de Lula à Casa Civil e barrar a última tentativa de conciliação que poderia impedir o Golpe dos canalhas e canalhas contra Dilma.

Leia a reportagem completa na Folha de São Paulo.

Fonte: Conversa Afiada