Além da prisão de dois homens, de 32 e 35 anos, que trabalham como técnicos de sistemas de segurança em Campo Grande, outros três envolvidos no furto ao cofre central de um banco no Centro de Campo Grande também foram identificados. Eles são de três estados diferentes e viajaram até para cometerem o crime no último fim de semana.

Conforme o delegado titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Assaltos e Sequestros), Fabio Peró, os três autores foram identificados e foi feito pedido das prisões, que ainda não foi apreciado pelo Judiciário. Os suspeitos seriam do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Mato Grosso.

Os três viajaram até Campo Grande e se hospedaram em hotéis da cidade, dois em uma hospedagem na Vila Progresso e o terceiro em um hotel que fica de frente para a agência bancária, de onde fazia o serviço de ‘olheiro’. O grupo tinha o mapeamento do banco, feito pelo técnico de 35 anos, que fez imagens e identificou como seria possível chegar ao cofre sem alertar a segurança, nem por alarme, nem pelas câmeras.

Conheceu criminoso em São Paulo

Em depoimento, o homem de 32 anos preso nesta quarta-feira (6) contou que prestou serviços em São Paulo, quando conheceu outro membro da quadrilha. O suspeito fazia a ‘ponte’ entre os criminosos e convidou o acusado para participar do crime. Ele chegou a ficar preso pelo furto a uma joalheria no Rio Grande do Sul e saiu recentemente da cadeia.

O criminoso e possível mentor teria informado que os outros dois comparsas, de Santa Catarina e do Mato Grosso, eram especialistas em abrirem cofres de agências bancárias com serra de corte. O serviço feito pelos técnicos de segurança era de repassar o mapeamento dos bancos.

Os valores furtados eram divididos entre os criminosos. Entre as tentativas, algumas foram frustradas e outras bem sucedidas, como o furto à de Aquidauana, em outubro de 2021. Na ocasião foram levados R$ 700 mil do cofre e o caso segue em investigação pela Polícia Federal.

Pagou agiotas

A ação criminosa do furto ao banco da Rua Marechal Rondon demorou cerca de 3 horas. Após a prisão de um dos técnicos de segurança em Aparecida do Taboado, o comparsa foi preso nas proximidades de um mercado. Ele estava se escondendo em uma chácara de Campo Grande.

Ele contou que usou parte do dinheiro furtado em Aquidauana para pagar agiotas e outra para comemorar a ação da quadrilha e comprar um veículo Voyage, usado em outras ações. Ele ainda disse que para aumentar sua ‘cota’ no bando passou a não só repassar informações, como também, a participar das ações.

Já o acusado de 35 anos preso na segunda-feira (4) revelou que usou parte do dinheiro do furto no fim de semana para pagar dívidas. Em casa, ele ainda guardava R$ 50 mil. Os dois tiveram as prisões preventivas decretadas.  

Furto de R$ 700 mil em banco

O furto aconteceu no fim de semana dos dias 2 e 3 de outubro de 2021, em Aquidauana. O crime, no entanto, só foi descoberto quando os funcionários chegaram para trabalhar na segunda-feira.

O caso segue em investigação pela Polícia Federal, que identificou que, no dia do crime, o sistema de segurança do banco tinha sido adulterado e as câmeras do circuito interno todas reorientadas. Assim, elas não registraram o momento do furto ou os autores. 

Do banco foram levados R$ 700 mil. A invasão à agência foi descoberta por uma funcionária da limpeza que chegou ao local por volta das 7h30 e ligou para o gerente contando que o banco tinha sido roubado. Ela encontrou a janela dos fundos da agência com sinais de arrombamento e um buraco na parede que separava a sala do cofre.