Segundo delegada que apura o caso, homem diz que só Raquel brincava próximo ao carro, mas imagens mostram várias crianças no local
O motorista do carro alegório da escola de samba Em Cima da Hora, que imprensou e matou Raquel Antunes da Silva, 11 anos, no Rio de Janeiro, mentiu no depoimento prestado à 6ª DP (Cidade Nova). Após ficar em estado grave e ter perdido uma das pernas, a criança não resistiu aos ferimentos na tarde dessa sexta-feira (22/4). O corpo da menina vai ser enterrado às 14h deste sábado (23/4). O velório está marcado para começar às 11h no cemitério do Catumbi, no Centro.
Ao G1, a delegada Maria Aparecida Mallet informou que o homem teria dito que nenhuma criança — a não ser Raquel — brincou perto do carro alegórico. Imagens de câmeras de segurança e o depoimento do coordenador de dispersão da Liga Independente do Grupo A (Liga-RJ), José Crispim Silva Neto, no entanto, contradizem o motorista.
De acordo com a reportagem, ele disse ainda na delegacia que não viu crianças em cima do carro, deu a partida e prosseguiu com o reboque da alegoria. Câmeras de segurança, entretanto, indicam o contrário, que naquele momento havia várias crianças no carro, não apenas Raquel.
Segundo o motorista, que não teve o nome revelado, pessoas chegaram a gritar: “Para o reboque, tem uma menina em cima do queijo” e “tem criança em cima do carro” antes de o veículo da escola de samba Em Cima da Hora bater.
O crime é investigado como homicídio culposo (sem intenção de matar). O veículo envolvido na morte da criança foi apreendido pela Polícia Civil.
Os membros da empresa que auxiliava o puxamento do carro alegórico prestarão depoimento na próxima segunda-feira (25/4). Os familiares de Raquel ainda foram ouvidos.
Entenda
Durante um ensaio de escolas de samba cariocas, na noite de quarta-feira (20/4), Raquel Antunes da Silva foi atropelada por um carro alegórico na Sapucaí, no Rio de Janeiro, no primeiro dia de Carnaval na cidade. Além de ter tido as pernas dilaceradas, a criança foi prensada contra um poste.
A menina teve o primeiro atendimento ainda no posto médico da Sapucaí, entretanto, precisou ser transferida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Dado o grave estado de saúde, ela precisou ser operada. Porém, após 36 horas, Raquel perdeu a batalha pela vida.
Fonte: Metrópoles