A burguesia há muito tempo não estava com medo e vendo-se encurralada. Por isso começamos a ver um “desfile” dos empresários, principalmente do ramo varejista, a pedir o fim da quarentena para salvar a economia

O que Roberto Justus, Junior Durski, Luciano Hang e Alexandre Guerra devem fazer neste momento para enfrentar a crise econômica (Foto: ABr | Reprodução)

Ouvi muitos “profetas” dizerem que é o fim do neoliberalismo, do liberalismo e até do capitalismo, confesso, no fundo o meu otimismo da vontade torço para que tais coisas aconteçam e nós possamos ver a “rosa cruz” do tempo presente brotar o Socialismo (oh! que bela palavra). Por outro lado, os exemplos da história recente e o monumental trabalho realizado por Marx (as leis tendências e a lógica do sistema do capital) faça-me ser mais pessimista em relação ao fim do capitalismo. Uma coisa é certa, essa é mais uma crise cíclica do capitalismo, mais especificamente do neoliberalismo. Contudo, é maior desse século.

O “coronavírus” não é o motivo da crise econômica como alguns jornais da imprensa burguesa quer fazer a classe trabalhadora acreditar, mas sim um elemento externo que veio agudizar as contradições da nossa sociedade brutalmente desigual. Ou seja, essa crise é a expressão evidente de muitas outras crises: como a devastação ambiental; a falta de moradia; a falta de saúde e de transporte gratuito e de qualidade; os trabalhadores cada vez mais sem direitos mínimos (uberização) e muitas outras expressões da questão social. A classe trabalhadora no mundo encontra-se cada vez mais desamparada e lançada a própria sorte numa sociedade onde tudo torna-se mercadoria!

Essa pandemia de escala mundial veio retirar o véu (ideologia) que cobria muitas dessas crises e contradições, não só colocando o capitalismo nu, mas com as vísceras de fora. No esteio do agonizar do sistema o que mais  vejo são os ideólogos e os economistas liberais a tentar ressuscitar as teorias keynesianas para tentar manter o capitalismo vivo. Capitalismo é crise!

Uma constatação é clara: a burguesia há muito tempo não estava com medo e vendo-se encurralada. Por isso começamos a ver um “desfile” dos empresários (inimigo da classe trabalhadora), principalmente do ramo varejista, a pedir o fim da quarentena para salvar a economia. Quero citar alguns para que os trabalhadores não esqueçam quem são os nossos INIMIGOS: “véio da havan”, Roberto (Des)justo, Marcelo Carvalho (dono da Rede TV), Júnior Durski (Madero), Alexandre Guerra (rede Giraffas) e muitos outros. O discursos desses burgueses  desejam a morte das pessoas em nome da economia. Sabe por que, trabalhadores do meu Brasil? Porque eles são nossos inimigos, nós para eles não passamos de COISAS ou números que fazem aumentar cada vez mais os seus patrimónios e conta bancária as custas da nossa força de trabalho (real produz da riqueza). O medo deles perderem os seus privilégios e a posição de classe, fazem com que eles coloquem a cabeça de fora, o pronunciamento do Bolsonaro pedido o fim da quarentena só vem vocalizar esses interesses, pois ele é a cabeça de fantoche da burguesia nacional e do imperialismo estadunidense.  Um aviso para à esquerda liberal que tenta esconder a luta de classe, ela continua mais viva e pulsante do que nunca. Nesse sentido temos dois horizontes possíveis: 

  • O capitalismo colocará em marcha mais uma reestruturação produtiva que começa por salvar o capitalismo central (EUA, Alemanha e Japão) as custas da periferia do sistema capitalista (América Latina, África, Sudeste Asiático entre outros países). Ou;
  • Essa sociedade onde 1% dos mais ricos têm mais dinheiro do que os 55% dos mais pobres, o SOCIALISMO apresenta-se como a única opção real para colocar fim a exploração humana e ambiental.

Trabalhadores do Brasil e do mundo, estamos numa conjuntura que teremos que escolher entre o Socialismo ou a barbárie capitalista. Então, como diz o meu camarada Thiago Ávila, “vamos embora mudar esse mundo”, pois, talvez não tenhamos outra oportunidade como essa que se apresenta! 
Fonte: Brasil 247