O vice-ministro da Saúde, Younes Panahi, sugeriu que grupos religiosos linha-dura que se opõem à educação das mulheres podem ter participado do caso
RT – O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, classificou uma série de suspeitas de envenenamento de estudantes como um “crime imperdoável”, pedindo a “punição máxima” dos perpetradores, caso sejam pegos.
O líder fez as declarações à margem de uma cerimônia na segunda-feira marcando o Dia Nacional de Plantação de Árvores do Irã, depois de plantar uma muda nas instalações de seu escritório em Teerã. Chamando os supostos envenenamentos como um “crime hediondo” e “imperdoável”, Khamenei instou as autoridades a investigar os envenenamentos com a maior seriedade.
“Se o envenenamento de estudantes for comprovado, os perpetradores devem enfrentar punição máxima sem perdão”, disse ele.
O Irã tem sido atormentado por uma série de envenenamentos “leves” misteriosos desde novembro passado, com os aparentes ataques ocorrendo em mais de 50 escolas em todo o país. Mais de 1.000 alunas foram afetadas pelos envenenamentos, provocando protestos de pais e levando alguns a tirarem seus filhos da escola.
As autoridades ainda não estabeleceram os autores dos aparentes ataques, nem o motivo. No sábado, o ministro do Interior do Irã, Abdolreza Rahmani Fazli, anunciou que os investigadores haviam recuperado algumas amostras potencialmente ligadas ao mistério.
“Nos estudos de campo foram encontradas amostras suspeitas, que estão sendo investigadas para identificar as causas da doença dos alunos, e os resultados serão divulgados o mais breve possível”, disse o ministro em comunicado divulgado pela mídia local.
Na semana passada, o presidente Ebrahim Raisi sugeriu que os envenenamentos podem ter sido cometidos por inimigos do país que conspiram “para criar medo e desespero nas pessoas” e instou o ministério do Interior e os grupos de inteligência a intensificar os esforços para prender os responsáveis.
Anteriormente, o vice-ministro da Saúde, Younes Panahi, sugeriu que grupos religiosos linha-dura que se opõem à educação das mulheres podem ter participado do caso. “Descobriu-se que algumas pessoas queriam que as escolas, especialmente as femininas, fossem fechadas”, comentou sem dar mais detalhes.
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