Segundo o jornal, a família de Trump tem investimentos em um fundo cuja maior participação é na Sanofi, empresa que detém a patente do medicamento
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem insistido no uso da cloroquina, mesmo que não haja estudos que comprovem a eficácia do medicamento no tratamento do novo coronavírus.
Em reportagem publicada nessa segunda (6), o New York Times parece ter descoberto um possível motivo: alguns sócios de Trump e o próprio presidente dos EUA teriam interesses financeiros na questão, já que os maiores acionistas da Sanofi, empresa que detém a patente da Cloroquina, incluem uma empresa administrada por Ken Fisher, um dos principais doadores para republicanos, incluindo Trump.
No ano passado, Trump disse que suas três famílias tem investimentos em um fundo mútuo da Dodge & Cox, cuja maior participação era na Sanofi. Além disso, segundo o NY Times, vários fabricantes de medicamentos genéricos estão se preparando para produzir pílulas de hidroxicloroquina, incluindo a Amneal Pharmaceuticals, cujo co-fundador, Chirag Patel, é membro de um clube de golpe de Trump em Nova Jersey, onde já foram vistos jogando ao menos duas vezes desde que Trump se tornou presidente.
Outro investidor da Sanofi e da Mylan, também uma empresa farmacêutica, é a Invesco, o fundo anteriormente administrado por Wilbur Ross, o secretário de Comércio de Trump. Ross disse em comunicado na segunda-feira que “não estava ciente de que a Invesco tem investimentos em empresas que produzem ‘o medicamento’, nem tenho qualquer envolvimento na decisão de explorar isso como um tratamento”.
Bolsonaro, por sua vez, também segue insistindo na eficácia sem comprovações da cloroquina. Médicos dos EUA e do Brasil já declararam que não sabem se alguns pacientes melhoram sozinhos ou se cloroquina, de fato, teve alguma influência, enquanto outros que fizeram uso do medicamento não apresentaram melhora e acabaram morrendo.
Fonte: Revista Forum