Daniel Cola, ouvido pela CPI das apostas no Senado, afirma que suspensão de jogador seria pena mais eficaz do que condenação criminal

O coordenador geral de Repressão à Corrupção, Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da PF (Polícia Federal), Daniel Cola, sugeriu nesta 4ª feira (9.out.2024) que o Congresso incluísse na Lei Geral do Esporte a possibilidade de suspender um jogador que participasse da manipulação de jogos de futebol e apostas esportivas.

Ouvido pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o tema, o agente da corporação afirmou que a proposta seria mais eficaz do que eventual condenação criminal.

“Na prática, para um atleta que tem uma vida profissional de 10 a 15 anos, se ele não puder jogar por 2 ou 3 anos, essa pena vai ser muito mais eficiente que uma eventual condenação criminal, porque, possivelmente, vai haver uma substituição ou suspensão da pena. Então, acredito que seria, de repente, essa a contribuição que a CPI e o Senado poderiam dar”, declarou.

Na reunião da CPI, os senadores ainda discutiram sobre uma possível ida à Portugal para ver as provas que William Rogatto, apontado como o principal chefe de um esquema de apostas e que prestou depoimento na 3ª feira (8.out), disse que apresentaria. O empresário diz que foi responsável pelo rebaixamento de 42 equipes de futebol no Brasil e que já recebeu R$ 300 milhões com a manipulação de resultados.

Rogatto convidou os senadores da CPI das Apostas para apresentar as provas do que disse que fez em seu depoimento. Os congressistas ponderaram a segurança de encontrar o empresário, a veracidade de suas informações e também o fato de ele ter um mandado de prisão aberto e estar foragido. A viagem deve ser definida na próxima semana.

O coordenador da PF presente concordou com a necessidade de apresentação de provas. Afirmou que as falas do empresário foram controversas e que, antes de mais nada, teria que ser ouvido. Cola ainda disse que a atuação de Rogatto deve ter se dado a partir de 2018, quando as casas de aposta foram legalizadas e houve um “limbo” normativo.

Ao final, os congressistas aprovaram, por votação simbólica, o requerimento do presidente da comissão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) de transformar o convite para depor de Paquetá em convocação. Também aprovaram o convite do influenciador Jon Vlogs, envolvido em polêmicas com casas de apostas, e do presidente da Adeja (Associação em Defesa dos Jogos e Apostas), Carlos Prado.