Lideranças indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó, em Dourados, anunciam que a partir de segunda-feira (25) o trecho da rodovia MS-156 que corta a Reserva Indígena, estará fechado ao tráfego de veículos “por tempo indeterminado”. 

A medida leva em conta, segundo o comunicado, a forma como as comunidades  vem sendo tratadas em relação à problemática da falta de água que já se arrasta há décadas. “A comunidade da Reserva Indígena de Dourados já não aguenta mais”, informa o texto.


Nesta semana, a deputada estadual Gleice Jane (PT) denunciou, inclusive em contato com a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, que esteve no Estado participando, com o governador Eduardo Riedel, da entrega de programas aos municípios do Conesul, a gravidade do problema.

A situação da falta d’água nas aldeias voltou a ser discutida, com mais ênfase, no atual Governo e até um projeto técnico foi elaborado pela Sanesul, estimando custos e necessidades reais das comunidades, para equacionar a crise hídrica.

O anúncio, pelo Governo, de que o projeto havia sido cadastrado junto ao Ministério das Cidades, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) acalmou os índios, porém, depois, foi dito que o serviço será custeado no pacote de investimentos captado junto à Itaipu Binacional. “O pior de tudo é que não existe projeto garantido em nenhum desses dois lugares”, apontou a deputada Gleice.

A parlamentar do PT disse que vai na semana que vem a Brasília, para, juntamente com o deputado Vander Loubet, tentar retomar essa questão. “Muito se falou, muito se disse, mas o que sobrou para os indígenas da Jaguapiru e da Bororó foi, simplesmente, nada”, protesta a deputada.