Foto de capa: Vladimir Soares on Unsplash

Em janeiro de 2022 deve entrar em vigor a nova edição da Classificação Internacional de Doenças, a CID 11, publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na lista, será incluída a velhice, sob o código MG2A. Membro da Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um dos fundadores da Pastoral da Pessoa Idosa, o médico geriatra e gerontólogo João Batista Lima Filho chama atenção para a decisão do organismo internacional e denuncia o “contrassenso social, econômico, cultural e ético”.

“A Comissão de Bioética da CNBB tem claramente que envelhecimento faz parte da vida.

Não é uma doença”, salientou o doutor João Batista em carta enviada à Presidência da CNBB.

A tabela com a CID, segundo João Batista, é utilizada na saúde por seguradoras cujos reembolsos dependem da codificação de doenças; por gestores nacionais de programas; por especialistas em coleta de dados; e por outros profissionais que acompanham o progresso global e determinam a alocação de recursos.

“Principalmente estão em jogo os interesses financeiros/econômicos como a indústria anti-ageing, onde milionários empreendedores estão interessados em vender o sonho da juventude eterna e manejam uma indústria ávida por este próspero consumo. Reivindicam a ‘cura da velhice’ e/ou o antienvelhecimento”, denuncia João Batista Lima Filho

Etapa da vida

Da mesma forma que outras fases, como a infância e a juventude, a velhice é considerada pelos que atuam com o envelhecimento uma etapa da vida, que “jamais pode ser considerada uma doença”.

A Igreja assim acredita. O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, que também preside a Comissão de Bioética, recorda a instituição pelo Papa Francisco do Dia Mundial do Avós e dos Idosos, que será celebrado no dia 25 de julho.

“Com isso, a Igreja continua a manter sua perspectiva em favor da vida desde a concepção até o seu fim natural, respeitando cada etapa como um dom de Deus. A vida integral tem sua dignidade, inviolabilidade e sacralidade”, salienta o bispo.

Honrem os anciãos

Dom Ricardo recorda o destaque especial dado aos idosos na Bíblia. São eles que trazem consigo a sabedoria de Deus e a garantia do ensinamento dos valores: “Levantam-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19,32).

Para dom Ricardo, a proposta da OMS é “desumanizante e completamente desproporcional a todos os avanços e conhecimentos adquiridos nos últimos anos sobre essa etapa tão significativa da vida”.

“A nossa vida não pode se tornar refém de grupos que querem compartimentalizar cada fase da vida para o usufruto dos interesses de uma economia de mercado que coisifica e mensura a vida como um objeto a ser negociado nas bolsas de valores.

Que possamos entender a proposta do Papa como uma reação em defesa dos idosos e da sua dignidade que, na sociedade da globalização da indiferença e do descartável, quer tornar a velhice uma doença a ser combatida”, afirma dom Ricardo.

Velhice não é doença / por Luiz Lopes

Em janeiro de 2022 deve entrar em vigor a nova edição da Classificação Internacional de Doenças, a CID 11, publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na lista, será incluída a velhice, sob o código MG2A. Membro da Comissão de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um dos fundadores da Pastoral da Pessoa Idosa, o médico geriatra e gerontólogo João Batista Lima Filho chama atenção para a decisão do organismo internacional e denuncia o “contrassenso social, econômico, cultural e ético”.

“A Comissão de Bioética da CNBB tem claramente que envelhecimento faz parte da vida. Não é uma doença”, salientou o doutor João Batista em carta enviada à Presidência da CNBB.

A tabela com a CID, segundo João Batista, é utilizada na saúde por seguradoras cujos reembolsos dependem da codificação de doenças; por gestores nacionais de programas; por especialistas em coleta de dados; e por outros profissionais que acompanham o progresso global e determinam a alocação de recursos.

“Principalmente estão em jogo os interesses financeiros/econômicos como a indústria anti-ageing, onde milionários empreendedores estão interessados em vender o sonho da juventude eterna e manejam uma indústria ávida por este próspero consumo.

Reivindicam a ‘cura da velhice’ e/ou o antienvelhecimento”, denuncia João Batista Lima Filho

Etapa da vida

Assim como outras fases, como a infância e a juventude, a velhice é considerada pelos que atuam com o envelhecimento uma etapa da vida, que “jamais pode ser considerada uma doença”.

A Igreja assim acredita. O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, que também preside a Comissão de Bioética, recorda a instituição pelo Papa Francisco do Dia Mundial do Avós e dos Idosos, que será celebrado no dia 25 de julho.

“Com isso, a Igreja continua a manter sua perspectiva em favor da vida desde a concepção até o seu fim natural, respeitando cada etapa como um dom de Deus.

A vida integral tem sua dignidade, inviolabilidade e sacralidade”, salienta o bispo.

Honrem os anciãos

Dom Ricardo recorda o destaque especial dado aos idosos na Bíblia. São eles que trazem consigo a sabedoria de Deus e a garantia do ensinamento dos valores: “Levantam-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19,32).

Para dom Ricardo, a proposta da OMS é “desumanizante e completamente desproporcional a todos os avanços e conhecimentos adquiridos nos últimos anos sobre essa etapa tão significativa da vida”.

“A nossa vida não pode se tornar refém de grupos que querem compartimentalizar cada fase da vida para o usufruto dos interesses de uma economia de mercado que coisifica e mensura a vida como um objeto a ser negociado nas bolsas de valores.

Que possamos entender a proposta do Papa como uma reação em defesa dos idosos e da sua dignidade que, na sociedade da globalização da indiferença e do descartável, quer tornar a velhice uma doença a ser combatida”, afirma dom Ricardo.

Uma mobilização conta com manifestações de profissionais geriatras e gerontólogos, idosos e entidades da sociedade civil lideradas pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Nas redes sociais a campanha utilza a hashtag #velhicenãoédoença.

Fonte: Portal Vida e Família

Fonte: Dourados Agora