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O deputado estadual Arhur do Val, o Mamãe Falei, tenta de todo modo escapar do processo que pede sua cassação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Nas alegações iniciais apresentadas aos membros do colegiado, o parlamentar chegou a alegar que não poderia ser punido por que os áudios misóginos sobre refugiadas da guerra na Ucrânia foram gravados fora do Brasil.

Documento obtido pela jornalista Tainá Falcão, da CNN Brasil, mostra que o deputado usa a argumentação do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato à presidência pelo Podemos, para tentar se safar da cassação. Mamãe Falei alega que os áudios não podem ser considerados provas porque foram divulgados sem consentimento após terem sido enviados em grupo privado. Moro apoiava a pré-candidatura de Mamãe Falei ao governo de São Paulo, que foi retirada diante do episodio.

Outra tese sustentada pela defesa é de que os áudios foram gravados na Eslováquia e que, por isso, não poderia sofrer punição no Brasil.

“Os áudios privados foram gravados na Eslováquia, país europeu que faz fronteira com a Ucrânia, e enviados logo em seguida para um grupo privado de amigos do acusado”, diz trecho da defesa de do Val.

A defesa pede o arquivamento do processo, que será relatado por Delegado Olim (PP)

A escolha de Olim para a tarefa foi criticada por deputadas mulheres. Olim foi um dos deputados que ajudou na blindagem de Fernando Cury diante do episódio em que o parlamentar assediou Isa Penna (PSOL). Curry recebeu apenas uma suspensão de 6 meses do mandato após apalpar a colega em plena sessão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).